Pesquisa mostra futuro sombrio também para a TV aberta
Não é mais novidade o fato de que os jornais impressos convencionais perdem cada vez mais leitores. O que poucos sabiam é que também a televisão aberta enfrenta um futuro sombrio diante do êxodo, cada vez mais intenso, dos espectadores com menos de 35 anos para a internet.
Este fenômeno ficou plasmado em números por meio de uma pesquisa feita nos Estados Unidos pelo instituto Harris e pela empresa WalltSt24/7, na qual os resultados apontam uma diferenciação crescente entre os hábitos informativos das gerações mais velhas e dos mais jovens. Segundo os especialistas, é aí que mora o perigo.
A pesquisa foi feita nos Estados Unidos e, portanto, seus resultados não podem ser transferidos automaticamente para a realidade brasileira. São grandes as diferenças culturais e econômicas, mas há uma tendência em comum, porque os modelos de negócios são idênticos. Assim, no caso brasileiro, os dados da pesquisa devem ser vistos como aproximações.
Nos Estados Unidos, o êxodo do público jovem das televisões abertas é mais intenso do que no Brasil, porque aqui a TV ainda é uma fonte majoritária de informações e entretenimento. Lá, 18% dos entrevistados adultos admitiram que assistem telejornais pela web, índice que sobe para 24% entre os mais jovens, com menos de 35 anos.
Dos 2.095 entrevistados acima de 18 anos, 3% dos mais maduros vêem televisão apenas no seu computador, enquanto este percentual sobe para 7% entre os mais jovens. A pesquisa apontou também uma tendência que deve provocar dores de cabeça entre os programadores e donos de emissoras de TV paga.
Há uma forte tendência dos espectadores de canais por cabo a acessar os sites noticiosos destes canais, na web. O problema é que no cabo o acesso é pago enquanto na web ele é gratuito, pelo menos até agora.
Tudo isto mostra que a TV aberta perde continuamente audiência, que migra para o cabo, que por sua vez perde público para a internet. No começo dos anos 1990, nada menos que 68% dos norte-americanos se informavam pelos telejornais. Hoje, esta proporção despencou para 56%, conforme uma pesquisa do Pew Research Center, citada pelo Observatório Europeu de Jornalismo.
Este mesmo processo de migração de público está na origem da crise nos jornais. Entre os entrevistados pela pesquisa do Harris, 81% das opiniões expressam a crença de que o declínio da imprensa convencional vai continuar e 55% estão convencidos de que os jornais desaparecerão até 2020.
Aqui no Brasil, a sobrevida da imprensa pode ser maior devido a fatores políticos, como auxílio governamental e outras formas de socorro financeiro. Também há o fator limitante do custo do acesso à internet, que ainda é muito maior do que nos Estados Unidos. A diferença está caindo, mas ainda é grande.
Tudo isto confirma mais uma vez o que as pesquisas e as estatísticas mostram de forma cada vez mais clara. O modelo da imprensa está mudando. Estamos num momento de transição, o que abre a perspectiva para uma maior participação do público. Uma participação mais prática e efetiva, por meio do uso das novas tecnologias, do que retórica, por meio de cobranças e questionamentos.
A TV do futuro não é uma TV: Samsung lança projetor 4K a laser
O projetor Samsung Premiere, que permite uma qualidade de vídeos em 4K, acaba de ter os preços divulgados pela fabricante sul-coreana. O novo dispositivo tem como objetivo ser uma alternativa aos televisores QLED da marca líder no mercado.
Dois modelos do projetor serão comercializados --- o mais barato terá três metros de projeção (120 polegadas) e custará 3.499 dólares (quase 20 mil reais na cotação atual da moeda, ignorando os impostos que devem ser aplicados para a tecnologia chegar aqui), sem suporte a HDR, enquanto o mais caro terá 3,3 metros (130 polegadas) e custará 6.499 dólares (mais de 35 mil reais, sem contar os impostos).
Apesar das diferenças de tamanho e de iluminação (a versão com o preço maior permite uma imagem mais clara), ambas as versões são equipadas com o sistema operacional Tizen e podem ser controladadas com o uso de assistentes virtuais como a Alexa, da Amazon, e a Bixby, da própria Samsung.
Segundo a Samsung, os dois projetores são de "curto alcance", o que significa que o usuário "terá tamanhos massivos de projeção mesmo quando o dispositivo está localizado diretamente na frente de sua parede ou tela". O novo projetor da gigante sul-coreana terá até mesmo um "modo cineasta", que permitirá que o indivíduo veja o filme da forma que o diretor dele quiser. A empresa também afirma que o projetor é o "primeiro a suportar a tecnologia de HDR10+".
Ainda não se sabe quando o projetor deve ser vendido no mercado brasileiro e nem os preços exatos dos produtos por aqui.
A Samsung é lider do setor no Brasil e no mundo e manteve a sua posição prestigiada no primeiro semestre deste ano, segundo a consultoria GfK. O mercado das TVs teve 60% do faturamento voltado para televisores 4K, enquanto esse segmento, por si só, representou 71% da receita de vendas da Samsung de janeiro a junho. Os dados mostram uma consolidação da adoção de televisores com resolução 4K, quatro vezes mais do que o padrão Full HD, ainda presente em TVs básicas.
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